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Sociedade da (des)informação

Sociedade da (des)informação
Thais Porsch
dez. 5 - 3 min de leitura
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Vivemos em um mundo em que se fala de startups, inovação, inteligência compartilhada e de outras tantas palavras que nos sentimos cool de usar. Nunca se viveu tanto, leu tanto e compartilhou tanto como hoje. Tem-se informação na palma da mão, literalmente. Em nenhum momento houve tantos livros como este, e é possível que nossos filhos vivam até os 100 anos. Na Idade Média, o conhecimento adquirido por um homem durante toda a sua vida cabe hoje em uma edição de domingo do The New York Times. O acesso à informação nunca foi tão fácil e ágil. Pela lógica, o ser humano está mais inteligente do que nunca, não? Todavia, os fatos não mostram o mesmo.

           Uma dupla de pesquisadores do Reino Unido concluiu que, entre 1950 e 2000, a média de QI do mundo caiu 0,86 pontos. E vai cair mais. Até 2050 se espera que a soma de mais de 1,28 pontos negativos. Segundo a International Data Corporation (IDC), o universo digital está dobrando a cada dois anos. Em 2013, eram 4,4 trilhões de gigabytes no planeta. Esse número deve crescer para 44 trilhões de gigabytes até 2020. Mas, de acordo com a mesma pesquisa da IDC, do total de dados no mundo, apenas 22% contêm informação útil. E apenas 5% foram utilizados de alguma forma. Não é necessário ir muito longe para se comprovar os dados, basta observar os movimentos anti-vacinas que vêm se intensificando no mundo inteiro e trazendo de volta doenças já erradicadas do século XX, estudos terraplanistas sendo debatidos em congressos e, recentemente, nas eleições, a divulgação e viralização de fake news sem pé nem cabeça.

Na sociedade considerada “da informação” os jornais têm que criar setores em suas redações para desmentir notícias falsas de WhatsApp e o governo implorar para pais levarem seus filhos para a vacinação, gratuita por sinal. A impressão é  de que o senso crítico está em falta nos postos de saúde. As televisões são cada vez mais  smart, as telas infinitas e a inteligência cada vez mais artificial. As instituições e a imprensa perdem credibilidade conforme o Facebook e as outras grandes redes viram veículos de informação, e não mais de lazer e entretenimento. Mas, como diz aquele velho ditado: quantidade não é qualidade. Isso vale mais do que nunca para a informação.

É claro que não se pode generalizar. Há uma forte tendência para a criação de ideias disruptivas, compartilhamento de informação de qualidade e pessoas que estão mais para Linkedin do que para Facebook. Não é necessário (e possível) saber de tudo, mas é possível se informar com qualidade, afinal a internet está aí, para o bem ou para o mal. 


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