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Propósito: Como a mudança do modelo mental brasileiro pode alterar a trajetória de desastre de nossa nação!

Propósito: Como a mudança do modelo mental brasileiro pode alterar a trajetória de desastre de nossa nação!
Rodrigo de Alvarenga
fev. 6 - 7 min de leitura
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Nos últimos anos, desde que deixei o mercado financeiro para trás, pude me dedicar integralmente a construir um sonho — contribuir com a transformação do modelo mental brasileiro. Posso dizer que nunca trabalhei tanto e fui tão feliz e, é dessa forma, que queremos avançar na construção de um novo Brasil — isso se chama propósito!

Apesar de termos começado essa jornada em 2010 com a fundação da HAG Consulting, posteriormente convertida em uma venture builder — HAG Consulting & Ventures que atua nacional e internacionalmente, foi apenas em 2013 que pude me dedicar integralmente a realização mais direta desse propósito. Desde então, temos perseguido esse sonho através das várias atividades e iniciativas realizadas (pro-bono) ou nas quais participamos e contribuímos ao longo desses últimos 8 anos, bem como do trabalho que fazemos juntamente com a equipe da HAG.

Sei que pode parecer presunção para quem não me conhece ou me conhece pouco, sou um cara tímido em geral, mas absolutamente apaixonado pela ideia de que é sim possível mudar o Brasil e isso passa obrigatoriamente por mudar nosso modelo mental. Não tenho a pretensão de explicar tudo, acertar em tudo, ou mesmo de convencer ninguém, mas uma das lições que aprendi ao longo de tudo que aconteceu comigo nos últimos 8 anos, bem como toda minha jornada no universo da inovação & tecnologia, com várias viagens e imersões periódicas em vários ecossistemas ao redor do mundo (Vale do Silício, Miami, Washington DC, Nova York, Boston, Holanda, Inglaterra, França, Itália, Dubai, Abu Dhabi, Qatar, Taiwan, Chile, Uruguai, e Brasil), foi: “sim, é possível construir outro Brasil. Contudo, não seguindo pelo mesmo caminho e isso passa por mudarmos a nós mesmos primeiro!”.

Vamos começar pelo princípio: o que quero dizer quando me refiro a modelo mental? Nesse caso, estou aplicando essa terminologia — Modelo Mental, para descrever um conjunto muito relevante de 4 fatores, que ocorrem de forma sequencial e ininterrupta, criando ciclos que constroem ou destroem valor, são eles: a lente, o processador, o comportamento e o resultado.

  • A Lente: analogamente as muitas opções de cores de armações e lentes para óculos de sol, que funcionam como barreiras que dosam e ajustam a quantidade de luz que entra em nossos olhos, sendo que a depender da cor, formato e função da lente que usamos, teremos um efeito em nossa percepção da realidade. Podemos estabelecer um paralelo para análise que, nesse caso, nos oferece um maneira de entender como nossa visão de mundo nos limita (ou não): (i) a cor da lente, pode tornar o que vemos mais esverdeado, azulado, acizentado ou apenas reduzir a luz; (ii) já o formato, pode ampliar ou diminuir a área de cobertura, reduzindo ou aumentando a exposição a luz por fora da barreira que é a lente, bem como pode ser concebido para realizar uma função; e (iii) sua função, que será cumprida ao corrigir situações de miopia, hipermetropia e/ou astigmatismo, através do formato da sua lente. Em outras palavras, a lente que usamos, ou seja, o conjunto de informações, crenças e demais itens que compõe nossa visão de mundo, interfere de várias formas na maneira como vemos (ou não) e compreendemos (ou não) tudo que acontece a nosso redor;
  • O Processador: analogamente a um computador, nosso cérebro analisa tudo que passa pela lente usando como filtros nossos valores, visão de mundo, vieses de comportamento (positivos e negativos), preconceitos e todos os julgamentos que cada um de nós já fizemos em relação a tudo que nos cerca (ex.: religião, aborto, corrupção, pena de morte, armas, esteriótipos, preferências, etc). Vale dizer que, alguns itens muito importantes que atuam (ou não) com maior ou menor intensidade nesse momento são: nossa capacidade de amar, perdoar, extender a mão, colaborar, contribuir, otimismo, esperança, mas o principal deles é a existência (ou não) de um propósito. (P.S. propósito funciona como uma espécie de herança em vida, você se doa para construir algo que sempre será para os outros, e somente nos sentimos realizados quando percebemos que nosso esforço foi validado pelo eco encontrado nos outros, permitindo que eles se apropriem daquilo que fizemos gerando assim impacto em suas vidas);
  • O Comportamento: esse é fácil! Trata-se do resultado do que foi captado, processado e agora retorna como execução através do nosso comportamento para com tudo e todos que nos cercam. É exatamente nesse momento, quando interagimos com tudo e todos a nossa volta, que podemos exercer um poder transformador incrível ou perpetuar aquilo que já existe;
  • O resultado: como a própria palavra já deixa claro, nesse ponto temos a confirmação do que aconteceu nas 3 etapas anteriores, servindo como retroalimentação para o processo continuar. O resultado, em última análise, será o impacto transformational (ou não) que está sendo causado em si e em seu entorno. Esse impacto que se está construindo, no seu devido tempo, irá produzir os ambientes de amanhã!

A partir do entendimento dessas 4 etapas, creio que fique mais fácil compreender porque esperar um Brasil diferente não faz sentido algum, a menos que estejamos alterando as etapas 1, 2 e 3, ou seja: a lente, o processador e o comportamento, respectivamente.

Em minha opinião pessoal, esse é exatamente o ponto no qual o Brasil e os Brasileiros (nós), temos falhado historicamente como indivíduos, cidadãos/cidadãs e instituições. Não me entendam mal, claro que existe muita gente trabalhando na construção dessa mudança, porém, assim como acontece com a Lei da Difusão da Inovação, ainda não atingimos massa crítica suficiente para gerar a densidade transformacional necessária.

Para tanto, cada indivíduo tem que aceitar que é o responsável por mudar seu modelo mental e, coletivamente, nossa sociedade precisa assumir como primeira missão mudar substancialmente o modelo educacional. Nenhum país que hoje possa ser usado como referência de sucesso, o fez sem um modelo educacional robusto, consistente, moderno, inclusivo e de qualidade. Não me refiro a quantidade de escolas ou universidades, mas sim quanto a qualidade do que acontece no período de tempo que os estudantes passam dentro dessas localidades. Nós precisamos urgentemente rever o modelo de como um todo e isso precisará acontecer com uma abordagem disruptiva e não por melhoria contínua!

O ponto central para mim é trabalhar na mudança desse modelo mental como forma de interferir no ciclo vicioso vivido no país. Temos convicção de que, juntamente com todos aqueles que também estão trabalhando para construir essa mudança, assim que conseguirmos quebrar esse ciclo será possível dar a partida na construção de uma nova realidade!

Vamos juntos? 


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