O professor doutor Cassiano Zeferino de Carvalho Neto, que atua como pesquisador-convidado sênior do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), palestrou no dia 10/04/2019, na FURB (Universidade Regional de Blumenau) sobre a Educação 4.0.
Você confere a palestra aqui.
Falando brevemente sobre o tema, ele aborda a convergência das mídias, das tecnologias e dos impactos em muitos âmbitos da nossa vida (educação, por exemplo). Trata-se de uma Revolução Cognitiva, ou seja, o uso da tecnologia em todo o processo produtivo humano. E não é apenas no âmbito da produção industrial, a própria educação é um processo produtivo (de conhecimento).
Nossa Educação 4.0 possui como pilares:
- Modelo sistêmico
- Educação científica e tecnológica
- Engenharia e gestão do conhecimento
- Cyber-arquitetura
Porém, existem alguns dilemas, como por exemplo: como os professores da “velha guarda” vão se acostumar com esses novos cenários? Como evitar que a educação 4.0 caia no modismo?Como pensar uma educação 4.0 a curto, médio e longo prazo?
Essas questões não são fáceis de resolver, porém creio que há soluções, sim. Algumas sugestões minhas (plano estratégico):
Imagine uma sala de aula onde o professor use “mapa da empatia” para que o aluno consiga imaginar algum problema do cotidiano dele. Na percepção do aluno sobre a desigualdade social no bairro dele (problema complexo) ou na casinha do cachorro dele que está quebrada (problema simples), o mapa da empatia serve para que a pessoa consiga compilar percepções e opiniões sobre uma situação-problema.
A partir daí, o aluno pode mobilizar cognição, percepção e emoção para enquadrar um problema dentro do contexto rotineiro dele. A partir disso, startups podem, por exemplo, fornecer tecnologias para que o aluno consiga produzir uma solução para esse problema. Imagino startups transferindo tecnologia como contrapartida social (abate do imposto de renda).
A tecnologia pode resolver pequenos problemas, desde um aluno poder usar uma impressora 4.0 para produzir peças para a casinha de cachorro dele, até poder aprender sobre fintechs e entender os movimentos da economia produtora de crises (pobreza).
Então, todo esse conhecimento (boas práticas), gerado de um ecossistema de inovação, pode incrementar o repertório de conhecimento tecnológico dos professores da “velha guarda”. O ideal é capturar insights das tecnologias inovadoras existentes para que a velha escola acompanhe o novo.
Com o conhecimento sobre soluções para problemas já testadas e validadas pelo mercado, os alunos podem crescer intelectualmente num ambiente cultural extremamente estimulante.